A Subsecretaria de Políticas para Mulheres realizou, nesta quarta-feira (6), uma grande ação voltada para atendimentos oftalmológicos. O evento “Novo Olhar em Campos” aconteceu durante todo o dia no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) Mercedes Baptista, e atendeu cerca de 200 pessoas. Além dos atendimentos, a ação ainda contou com ciclo de palestras sobre oftalmologia, inclusão, acessibilidade e direitos da Pessoa com Deficiência Visual, serviços jurídicos, aquisição de documentos e doação de bengalas.
O “Novo Olhar em Campos” aconteceu como projeto piloto e foi realizado através de uma parceria com o grupo Retina Campos, que é a Associação de Retinopatia Norte Fluminense (ARNF), Retina Brasil, e as Secretarias de Saúde, Desenvolvimento Humano e Social e de Educação, Ciência e Tecnologia. Além de pessoas que já possuem alguma deficiência visual, foram atendidas as usuárias do CEAM e alunos de escolas municipais. Um levantamento realizado pela Educação constatou que cerca de 860 alunos da rede possuem algum tipo de dificuldade visual.
“Junto com a Educação, foi feito esse levantamento de crianças com possibilidade de ter algum tipo de problema de visão. Se a gente vai descobrindo de forma precoce qualquer doença na visão, existe mais chance de reverter a situação, porque são problemas que podem comprometer o rendimento escolar dessas crianças”, disse a subsecretária Josiane.
A partir dos atendimentos, que foram feitos com médicos especialistas, cerca de 80% das pessoas atendidas foram diagnosticadas com algum tipo de problema na visão já saíram com receitas para óculos e colírio. A ação contou também com a realização de exames específicos, como por exemplo o de retinografia, que é um exame de imagem que fotografa as áreas do fundo dos olhos, como a retina. Para quem foi atendido e precisou realizar mais exames ou até mesmo cirurgia, as equipes realizaram o encaminhamento para a Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde.
“Nós temos constatado muitos casos de miopia nas crianças devido ao uso excessivo de telas, como celular e computadores. Com os óculos, a gente sabe que a criança vai ter uma qualidade de vida bem melhor. A gente muda a realidade dessa criança, que com certeza vai ter um grande avanço no aprendizado escolar”, explicou a médica oftalmologista Helen Espírito Santo.
A dona de casa Gleiciane dos Reis levou os dois filhos para a consulta. “A professora reclamava que eles ficavam piscando muito dentro da sala, mas graças a Deus eles não têm nada. Eu achei muito bom, porque se eles tivessem algo eles estariam no caminho certo. Foi uma ótima iniciativa”, disse a mãe.
A acessibilidade também fez parte do “Novo Olhar em Campos”. O Instituto Municipal de Transportes de Campos (IMTT) esteve presente realizando a confecção do passe-livre municipal para as pessoas com baixa visão ou até mesmo cegueira. Já o passe intermunicipal interestadual foi realizado pela Fundação Leão XIII. A Associação de Retinopatia Norte Fluminense (ARNF) realizou a entrega de bengalas. “As crianças e adultos estão sendo atendidos para saber se possuem algo mais grave que pode ser resolvido em tempo hábil. Algumas pessoas já sabem que têm um problema de visão e isso pode ser agravado muito rápido”, explicou a presidente da ARNF, Sylvia de Andrade.
Diagnosticado com retinose pigmentar há 12 anos, Eloécio Martins aproveitou para atualizar os exames oftalmológicos e solicitar o passe livre interestadual.
“É uma ação muito promissora para que todos nós, que temos uma doença oftalmológica, possamos tomar parte do que está acontecendo com a nossa visão. Isso faz com que sejamos beneficiados com novos exames, óculos ou até mesmo um novo tratamento”, disse.