O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, mantém mesmo durante o verão, o trabalho de abordagens sociais de combate ao trabalho infantil na praia do Farol de São Thomé. Além da programação de eventos e esportes do “Verão de Todos Nós”, as equipes estão indo a campo para erradicar a exploração dos menores, levando informações e orientações aos frequentadores da praia campista sobre os direitos da criança.
Uma vez na semana, as equipes do Programa percorrem as ruas da praia realizando uma busca ativa, que consiste em identificar uma criança ou adolescente que esteja em situação de exploração infantil. Caso isso aconteça, as equipes levam informações necessárias sobre a exploração. Além disso, durante os finais de semana, o Programa realiza panfletagem e adesivação de carros no Portal do Farol, com informações relevantes sobre a violação dos direitos dos menores.
Segundo a coordenadora do PETI, Renata Amaral, o trabalho durante o verão ajuda a disseminar as informações porque o quantitativo de pessoas na praia é muito grande, fazendo com que a abordagem seja mais ampla. “A gente consegue dar visibilidade a uma questão muito banalizada, que é o trabalho infantil. As pessoas acham que o trabalho é inofensivo, mas a criança e o adolescente ficam suscetíveis a diversos riscos, como queimaduras em chapas, insolação por vender picolé no sol ou se machucar ou se infectar fazendo a coleta de recicláveis. Tudo isso atrapalha o desenvolvimento do menor e traz sérios riscos. O nosso trabalho é desmistificar a informação de que a criança estaria “ajudando” os maiores de idade, sendo que ela pode estar sendo explorada.”, explicou a coordenadora.
Fora do período de verão, as abordagens acontecem de segunda a segunda em todo território campista. As equipes se dividem entre técnicos, psicólogos e orientadores sociais do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Em áreas já definidas, os profissionais percorrem rotas durante o dia e também à noite. Nos meses de outubro e dezembro, o trabalho é intensificado, já que são meses que possuem datas comemorativas, como o Dia das Crianças e o Natal. São datas em que é mais comum que crianças sejam colocadas em situação de exploração através de vendas de produtos específicos da comemoração.
Caso uma criança sozinha ou com a família seja encontrada em situação de trabalho infantil ou mendicância, os técnicos sociais explicam o trabalho socioassistencial e mostram que aquela família pode ter um apoio. A família é levada ao CREAS de referência e é cadastrada em algum programa social que seja do perfil dela e é acompanhada de perto por uma equipe especializada. No ano passado, segundo a Vigilância Socioassistencial, foram realizadas 94 abordagens em casos de trabalho infantil. O programa finalizou o ano de 2022 com 55 casos acompanhados.
