A Feira da Roça, da Praça da República, no Centro de Campos, foi o local escolhido pelas equipes da Subsecretaria Municipal de Políticas para Mulheres e do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) Mercedes Baptista, para mais uma ação de conscientização e orientação sobre os mecanismos de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, em alusão ao Dia Laranja.
Cada mulher abordada recebeu um par de brincos e os contatos dos equipamentos de proteção. O Dia Laranja é uma campanha internacional de conscientização sobre a violência contra mulheres e meninas. A campanha nacional é realizada anualmente em 25 de novembro e, desde 2021, o município de Campos promove ações todo dia 25 de cada mês.
A subsecretária da pasta, Layla Tavares, fala da importância da iniciativa. “Vivemos em uma sociedade com um machismo estrutural enraizado, onde se é estranho para muitas pessoas, viver sem a violência, e isso é assustador. O trabalho que a gente faz de massificar, de intensificar o nosso atendimento, o tipo de atendimento que a gente oferta, é justamente para que as pessoas entendam que viver sem violência é um direito. É preciso parar de se acostumar a banalizar as atitudes violentas. A violência não tem classe social, a violência não tem cor, a violência não tem território. É importante conscientizar as mulheres e sensibilizar os homens, porque é através deles que a gente vai conseguir mudar”
Luiza da Silva Sampaio foi uma das mulheres abordadas durante a ação. “Acho super válido essa ação. As idosas sofrem muita violência e na maioria das vezes nem percebem, diferente dos jovens que tem mais orientação e conscientização e ainda assim sofre com violência doméstica. Conhecer os direitos e onde pedir ajuda é o primeiro passo para se livrar de um abusador”.
CEAM – Desde que foi inaugurado, em setembro de 2021, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) Mercedes Baptista vem realizando atendimentos a mulheres vítimas de violência doméstica. O equipamento conta com uma equipe multidisciplinar e oferece atendimento jurídico, no qual as mulheres recebem orientações, suporte e encaminhamentos aos órgãos competentes; atendimento psicológico e acompanhamento terapêutico como forma de fortalecimento para que seja rompido o ciclo de violência.
A coordenadora do CEAM, Érica Nogueira, explica que nem todas as mulheres atendidas pelo equipamento, são encaminhadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). “Atendemos, por mês, cerca de 200 mulheres. Muitas mulheres chegam a nós de forma voluntária. Por meio de ações como a de hoje, elas conhecem nosso equipamento e nos procuram até mesmo para um aconselhamento. Há ainda, as que são encaminhadas por alguma das secretarias do governo Wladimir Garotinho, seja por meio da Secretaria de Educação, Saúde e Desenvolvimento Humano e Social, no qual a Subsecretaria de Políticas para as Mulheres faz parte”.
No CEAM, as mulheres também recebem atendimento do serviço social para análise de inclusão das assistidas aos programas de benefício e inclusão, bem como encaminhando aos órgãos competentes para análise de concessão de benefícios. “É importante deixar claro que não somos um equipamento policial. Nós damos suporte e orientação”, esclarece Érica.