Com o objetivo de assegurar o bem-estar de mulheres vítimas de violência e promover um ato de amor, em forma de roupas e calçados, a Subsecretaria Municipal de Políticas para Mulheres deu início ao projeto Varal Solidário. A iniciativa visa suprir uma necessidade que muitas assistidas têm, que vai além do atendimento humanizado com a equipe multidisciplinar que a subsecretaria e o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) Mercedes Baptista oferecem.
A subsecretária de Políticas para Mulheres, Josiane Viana, explicou que o Varal Solidário surgiu em uma das reuniões do grupo técnico da subsecretaria que acontece uma vez por semana. “A gente resolveu fazer o Varal Solidário porque a gente recebe muitas assistidas em necessidades e a gente quis também distribuir um pouquinho do nosso amor. Muitas mulheres vêm para cá, passam o dia inteiro, às vezes aguardando uma regulação de uma vaga para a Casa da Mulher Benta Pereira. Saiu de casa às pressas para poder poupar a vida dela e dos filhos e fica aqui o dia inteiro sem nenhum tipo de roupa. Então, a gente começou a fazer essa ideia do Varal Solidário para a gente também apresentar tanto para as nossas assistidas, que já estão aqui com a gente há um tempo, quanto àquelas também que vêm esporadicamente ser atendidas”, disse.
Os interessados em fazer doações para o Varal Solidário podem procurar a Subsecretaria de Políticas para Mulheres, que funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h, na Rua dos Goitacazes, 257, no Centro.
Josiane ressaltou que a participação da população é de suma importância, principalmente em relação às denúncias de casos de violência. “Eu costumo dizer que a violência contra mulheres tem os equipamentos especializados e não especializados, mas a sociedade também é corresponsável. Então, todos nós, hoje, podemos denunciar até de forma sigilosa. Hoje, o que a gente mais faz é divulgar que existe um equipamento especializado para essa mulher que sofre violência, que é o CEAM Mercedes Baptista, e que ela não precisa mais sofrer sozinha. Aqui ela encontra uma equipe multidisciplinar preparada para tratar a violência. Não basta ser só psicóloga, assistente social e advogada, tem que passar por um assessoramento técnico para entender toda essa nuance da questão da violência”, comentou.
Uma das idealizadoras do projeto, a chefe de divisão do CEAM, Antenara Cristina Martins, contou como foi o primeiro dia do Varal. “No primeiro dia a gente percebeu as pessoas com o olhinho que parecia que estavam em uma loja, literalmente escolhendo as coisas, como se estivessem comprando em uma loja. A gente chegou a estipular uma quantidade de peças, mas vimos que elas estavam tão gratificadas que acabamos liberando para elas pegarem o que quisessem. E elas ficaram maravilhadas e isso transborda para a gente, porque o nosso intuito é esse. É fazer com que elas se sintam bem, que aqui seja um lugar acolhedor e esse varal foi mais uma forma para poder agregar na vida delas e saíram daqui muito felizes, pode ter certeza disso”, disse.