A Subsecretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos, vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, promoveu durante toda esta terça-feira (18) uma capacitação de formação crítica em prática antirracista para trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A iniciativa, que fez parte da programação do Novembro Negro, teve como objetivo promover o aprendizado para a compreensão da linguagem, cultura e pensamento racista e antirracista para oferecer acolhida e escuta de qualidade à população negra usuária da rede socioassistencial.
A capacitação “SUAS sem racismo” aconteceu na sede da Igualdade Racial, reunindo trabalhadores vinculados aos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), como coordenadores, recepcionistas, entrevistadores do Cadastro Único, técnicos de referência, entre outros. Durante o dia, funcionários que atuam na subsecretaria repassaram ensinamentos sobre a origem social do racismo, as penalidades jurídicas e a construção da equidade racial nas políticas públicas e no atendimento.
“Essa capacitação surgiu da ideia de repassar a esses profissionais informações importantes para que eles tenham a sensibilidade crítica a partir do seu local de trabalho, como entrevistador, como assistente social, como recepcionista, tendo em vista ter um público majoritariamente de negros. A partir desse encontro, é possível ter um entendimento do que é o relativismo cultural, entendendo o contexto de vida daquele usuário, sendo negro, LGBT ou de religiões de matrizes africanas. Quando você tem noção do que é o racismo e dos efeitos nefastos que ele ocasiona na população negra, você tem uma maior sensibilidade na acolhida dessa vítima”, explicou o subsecretário de Igualdade Racial e Direitos Humanos, Gilberto Totinho.
A supervisora da Gestão do Trabalho e Regulação no SUAS, Darcilene Fiuza, reforçou a importância da capacitação “SUAS sem racismo” como forma de tornar o atendimento dos usuários mais eficaz e respeitoso.
“Foi uma iniciativa muito importante da SIRDH, principalmente para as equipes que fazem o primeiro atendimento, que é o acolhimento dos nossos usuários. Com essa base de formação, teremos uma grande melhoria no atendimento com a população negra, com a população LGBTQIA +, quilombolas, além daqueles dos costumes tradicionais, como pessoas de comunidades de terreiro. Essa população, que muitas das vezes é estigmatizada, necessita de um espaço acolhedor e que favoreça realmente a sua demanda”, disse.
A coordenadora do CRAS de Goitacazes, Rita de Cássia Manhães, participou da capacitação e elogiou a iniciativa. “O atendimento e a acolhida em nossos equipamentos não tem que ser diferenciada, ela tem que ser igual e humanizada para todos que buscam os serviços dentro da Política de Assistência Social. Quando nós temos oportunidade de participar de uma capacitação dessa, que teve a participação de profissionais de vários setores, é de grande importância para que tenhamos cada vez mais o respeito ao próximo”, contou.